Autocontrole

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Se seres humanos fossem puramente lógicos, abandonar maus hábitos e superar momentos de insanidade seria moleza. Seríamos uma beleza de exemplares senhores controlados. Infelizmente (ou não), nossa razão vem sempre com tanta emoção que é mais certo decidirmos mal motivados por elas do que avaliarmos racionalmente antes de escolher algo. É aí que entra o autocontrole. Entenda alguns caminhos para efetivá-lo em sua vida e para decidir as coisas com mais inteligência (lógica e emocional).

Pratique, pratique, pratique

A forma mais simples de ser melhor em algo é praticando. Você pode começar com um exercício semanal, por exemplo. Pegue alguma coisa que faz em excesso e pare de fazer por uma semana. Pare de assistir televisão, não coma fora de casa ou mantenha as coisinhas tecnológicas fora do seu quarto para dormir melhor. Quando você perceber que foi uma moleza abrir mão do hábito por uma semana, já vai se sentir mais preparado para desafios maiores… como deixar o chocolate de lado por semanas, ou por meses. Uou. Quando você muda um hábito por um mês, cai a ficha de como o poder de controlar seus comportamentos está ao seu alcance. Tem gente que consegue melhorar toda sua vida a cada 30 dias de abstinência de cada coisa.

Encontre distrações adequadas

Sabe aquele experimento das crianças com o marshmallow? Pois é. Está ali um graaande ensinamento: distrair-se pode ser um dos melhores métodos de autocontrole. A gente sabe que quando a tentação está na sua frente é complicado dizer não. Entretanto, se você puder distrair-se e evitar pensar sobre a maldita que fica ali, seduzindo seu olhar, talvez seja o suficiente para manter você longe de fazer besteiras.

Distrações simples, como sentar sobre suas mãos para restringir o movimento e conversar para manter sua mente ocupada são ambas fáceis e eficientes. Quanto mais seu corpo e sua mente estiverem ocupados com outras ações, menos energia você terá para se aliviar em um vício, por exemplo. É simples assim: restrinja-se e distraia-se para evitar escolhas erradas.

Cuide-se

Como todos temos uma quantidade limitada de autocontrole, usá-lo em excesso pode fazer mal. É claro que você não vai querer esgotar suas reservas… E controle em excesso torna as pessoas um pouco chatas. Manter-se saudável pode fazer muita diferença. Aquele papo manjado de dieta apropriada, exercícios físicos e boas noites de sono também vale aqui. Faça lanchinhos e mantenha-se alimentado durante o dia (de preferência com muitas pequenas refeições, mais que poucas muito grandes). Por incrível que pareça, isso afeta diretamente sua reserva de autocontrole. Claro que você também terá que se controlar ao escolher o que comer, mas, cá pra nós, isso é tão pouco diante dos seus grandes desafios, não é mesmo?

Crie desvantagens

É difícil se viciar em tabaco quando não se pode comprar cigarros. Pela lógica, as pessoas sem grana para financiar um vício não podem se viciar neles. Além disso, quanto mais distantes as consequências de um vício parecem, mais fácil é se deixar levar por ele. Se apenas um cigarro matasse, todo mundo o evitaria como se evita uma cerca elétrica. Colocar-se em pobreza ou dar-se a si mesmo uma alergia mortal à nicotina (se é que isso é possível) são medidas extremas que você não gostaria de tomar para parar de fumar. Maaas, se você tiver dificuldades de obter um cigarro, você não terá que exigir muito do seu autocontrole. Tcharam! De vez em quando, isso significa deixar seus cigarros em algum lugar de difícil acesso, que exija um esforço adicional de busca, por exemplo.

Utilize o medo

O medo é também um ótimo sentido para autocontrole. Parece terrorismo, mas vamos concordar que é mais fácil ajustar sua dieta ou mudar um hábito se você acredita que vai te matar ou causar dano imediato. Se você tem alergia a amendoins, por mais que sua barriga faminta clame por eles, sempre vai ser mais sensato recusá-los por saber das consequências hardcores de uma possível recaída ao ingerir a semente do pecado. Isso pode te tirar do jardim da vida, oh vida. Para usar o medo como mecanismo de autocontrole, você precisa sentir imediatamente as consequências de uma ação particular. Por exemplo, se você teve algum problema com drogas na família, provavelmente vai preferir evitar envolvimentos com elas do que encará-las como parte de sua vida. Quando começar a se meter na furada, vai lembrar de momentos desagradáveis que gostaria que fossem diferentes. Dessa forma, saber das consequências ajuda a evitar escolhas erradas. Dá medo, mas é para o bem. Acredite.

Na verdade, ter autocontrole não é fácil para ninguém. É trabalhoso e exige prática constante. O que falamos aqui são alguns dos jeitinhos de concretizá-lo em sua vida para fazer escolhas mais sábias. Afinal, agir impulsionado por emoção é mais poético, mas nem sempre traz os melhores resultados na real (apesar dos filmes insistirem no contrário).

Psicofobia Pode Virar Crime

sábado, 22 de setembro de 2012

Transtornos Dissociativos

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Os distúrbios dissociativos além de pouco conhecidos geram constantes desentendimentos entre os profissionais da saúde mental, primeiro por ser pouco entendida, depois por se usar os mesmos termos para se designar coisas diferentes.

Como ainda não se chegou a um consenso sobre o assunto, a desavença continua existindo já que os órgãos oficiais de pesquisa de diferentes países ainda não concordam em seus pontos de vista.
Há profissionais que entendem a dissociação como um mecanismo de defesa normal que atinge as pessoas em diferentes graus. Esses profissionais entendem a dissociação como uma habilidade, uma capacidade e não como uma deficiência ou manifestação patológica.


Os distúrbios dissociativos além de pouco conhecidos geram constantes desentendimentos entre os profissionais da saúde mental, primeiro por ser pouco entendida, depois por se usar os mesmos termos para se designar coisas diferentes.
Como ainda não se chegou a um consenso sobre o assunto, a desavença continua existindo já que os órgãos oficiais de pesquisa de diferentes países ainda não concordam em seus pontos de vista.
Há profissionais que entendem a dissociação como um mecanismo de defesa normal que atinge as pessoas em diferentes graus. Esses profissionais entendem a dissociação como uma habilidade, uma capacidade e não como uma deficiência ou manifestação patológica.
A despersonalização e a desrealização são as manifestações mais comuns no grupo das dissociações, e assim como a ansiedade são aceitas como normais desde que limitadas a situações específicas e não acompanhadas de alguma síndrome psicopatológica. O grande argumento contra a aceitação da despersonalização ou da resrealização como um mecanismo de defesa é que este processo pode surgir espontaneamente, mesmo na ausência de ameaças externas.

O DSM-IV define assim as dissociações: "A característica essencial dos Transtornos Dissociativos é uma perturbação nas funções habitualmente integradas de consciência, memória, identidade ou percepção do ambiente. O distúrbio pode ser súbito ou gradual, transitório ou crônico.
A OMS define:"Os transtornos dissociativos ou conversivos, constituem-se na perda parcial ou completa da integração normal entre memória, consciência de identidade, sensação imediata e controle dos movimentos corporais "Temos aqui a classificação da OMS dos transtornos dissociativos: 

Amnésia Dissociativa: caracterizada por uma incapacidade de recordar informações pessoais importantes, em geral de natureza traumática ou estressante, demasiadamente extensa para ser explicada pelo esquecimento normal.

Fuga Dissociativa: caracterizada por uma viagem súbita para longe de casa ou do local habitual de trabalho, acompanhada por uma incapacidade de recordar o próprio passado e confusão acerca da identidade pessoal ou adoção de uma nova identidade.

Estupor Dissociativo: o comportamento do indivíduo é como do estupor com diminuição ou ausência de movimentos voluntários e responsividade normal aos estímulos, só que sem uma base física definida como no estupor usual.

Transtorno de Personalidade Múltipla (Transtorno Dissociativo de Identidade segundo DSM-IV): caracterizado pela presença de duas ou mais identidades ou estados de personalidade distintos, que assumem recorrentemente o controle do comportamento do indivíduo, acompanhada por uma incapacidade de recordar importantes informações pessoais e demasiadamente extensa para ser explicada pelo esquecimento normal.

Transtorno de Transe ou Possessão: perda temporária do senso de identidade pessoal sendo preservada a consciência do ambiente, a pessoa age como se tomada por uma força, espírito ou outra personalidade. O diagnóstico não deve ser dado no âmbito religioso.

Transtorno Motor Dissociativo: é a perda total ou parcial da capacidade de mover um membro. Pode manifestar-se como movimentos fracos, lentos ou descoordenados.
Transtorno Dissociativo de Movimento e Sensação: esta é uma classificação especial para os casos que sejam uma mistura de dissociação motora e sensorial.

Convulsões Dissociativas: são também conhecidas como pseudoconvulsões, ou seja, manifestação convulsiva com eletroencefalograma normal
Anestesia e Perda Sensorial Dissociativa: as formas mais comuns de apresentação desse problema são com comprometimento do tato e da visão, geralmente como visão em túnel, visão borrada, diminuição da acuidade (capacidade de ver detalhes).

A classificação norte-americana é diferente da classificação da OMS quanto à despersonalização e à desrealização. A primeira considera as desrealizações e despersonalizações como pertencentes ao grupo das dissociações enquanto que a OMS a inclui no capítulo dos transtornos somatoformes, estresse e neurótico
Transtorno de Despersonalização-Desrealização: caracterizado por um sentimento persistente ou recorrente de estar distanciado dos próprios processos mentais ou do próprio corpo, acompanhado por um teste de realidade intacto.

Referência: http://www.psicosite.com.br/tex/cod/dis003.php