A Cura

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Equilibrar Os Emisférios Do Cérebro

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Cromoterapia

sábado, 12 de outubro de 2013







Inspiração

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Filme Garota Interrompida

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Pensamento Positivo

terça-feira, 16 de julho de 2013

Autolesão Vicia

quarta-feira, 22 de maio de 2013


Por: Alfonso Almeida

Cortar alguém é muito mais do que parece – pegar uma lâmina ou objeto afiado e cortar a pele de alguém até que sangre. Embora cortar a si mesmo é a forma mais comum de um comportamento de auto-lesão, a auto-lesão pode incluir queimar a si mesmo com um cigarro aceso ou equivalente, morder, bater a cabeça, socar-se ou arrancar os cabelos (tricotilomania). Pessoas que machucam a si mesmas deste modo estão tipicamente entre 13-15 anos de idade, femininas, embora possa continuar por anos sem ser notado pelas outras pessoas. Alguns garotos também exibem esse comportamento. 


Como entender as pessoas que se cortam pode ser bem desafiador, especialmente se você é alguém que tem uma aparência saudável perante a vida e respeite pelo seu corpo. Entretanto, cortar-se é uma pedida de ajuda e você precisa escutar e responder aquele chamado.

Se a pessoa que está se machucando é sua filha, é uma boa idéia pegar um exemplar de Honest Parenting – este guia para pais de adolescentes com problemas emocionais tem várias estratégias excelentes para abordar sua filha e dar a ela a ajuda que precisa.

Aqui temos algumas informações que podem ajudá-lo a entender melhor a auto-lesão:

Se cortar é um mecanismo de enfrentamento, reconhecido e mórbido, que ajuda as pessoas a lidarem com sentimentos intensos de pressão e perturbação.
O cérebro libera endorfina quando o corpo é cortado. A endorfina  fornece alívio de dor e um senso de bem-estar, além de aliviar a dor psicológica.
Por causa da liberação de endorfina, cortar-se pode se tornar um comportamento compulsivo. Na próxima vez que as emoções estiverem afloradas, o cérebro implora pelo alívio que a endorfina fornece.
As pessoas que cortam a si mesmas tendem a ser pessoas sem a habilidade de expressar estes fortes sentimentos de forma mais saudável. Eles precisam aprender métodos que não sejam prejudiciais.
Algumas vezes elas sofrem também de outros problemas mentais como desordem bipolar, obsessivo-compulsiva, depressão, distúrbio alimentares ou outros desafios, embora nem sempre esse seja o caso.
Muitas adolescentes que se cortam tender a serem muito boas em esconder a autoflagelação. Até para os pais fica difícil de dizer o que elas estão fazendo. Dado este fato, uma vez que você for capaz de descobrir o que está acontecendo, é imperativo obter ajuda para depressão na adolescência para a sua filha. Elas podem utilizar mangas longas para esconder as cicatrizes, explicar qualquer corte que é observado ou até mesmo compartilhar dicas de como esconder auto-flagelação, como neste exemplo de 43 Things.
Você não pode fazer alguém que corta a si mesmo parar. Palestras, implorar, rejeitar...nenhuma dessas estratégias funcionará. Ao invés disso, você pode oferecer seu apoio avisando sua amiga que ela merece ser saudável e feliz e que você deseja ajudá-la a encontrar a assistência que ela precisa. Busque ajuda para ela.
Lembra-se das garotas da heroína? Este foi um estilo fashion na metade dos anos 90 que fazia as modelos parecerem como se fossem viciadas em heroína (além de levar a protestos de grupos anti-drogas e até do então presidente Bill Clinton). Algumas pessoas que não eram viciadas em heroína tentaram atingir esse visual, por exemplo, através da auto-inanição. Infelizmente, cortar-se tem um elemento análogo com isso em função de algumas garotas que tentam se cortar para parecerem desafiantes e ‘cool’.
Se você conhece alguém que se corta, não decida por si mesmo se o corte é uma tentativa de parecer ‘cool’ ou um chamado de ajuda. Considere esse comportamento como um sinal de problemas emocionais ocultos que precisam ser tratados.
Se você é pai de uma adolescente com estes problemas, busque um terapeuta que ela gosta e confia. Esteja preparado para a possibilidade que sua família inteira possa ser convidada para participar da terapia. Na terapia familiar, a família é vista como um sistema que precisa funcionar junto – todos os membros da família devem fazer parte do processo terapêutico.

Ter uma filha ou amiga que corta a si mesma pode ser uma experiência assustadora. Entretanto, não deixe seu próprio medo ou negação assumirem o controle de uma oportunidade de ajudar especialmente se você descobrir o que ela faz. A pessoa que faz isso está sofrendo e precisa expressar a dor que sente de maneira não prejudicial. Cortar-se é um sintoma suficientemente severo para procurar ajuda para saúde mental o quanto antes. Tudo começa com a consciência da autoflagelação e o conhecimento que os sinais estão aí.

O Que Conta Realmente

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Surtos Psicóticos

terça-feira, 7 de maio de 2013

O Voo

quinta-feira, 18 de abril de 2013


Ótimo filme para quem tem problemas com álcool e/ou drogas, infelizmente muitas vezes essas substâncias acabam fazendo parte da vida do borderline.

Felicidade

terça-feira, 9 de abril de 2013

Um Método Perigoso

segunda-feira, 25 de março de 2013

Caso o filme esteja travando dê pausa e deixe carregar um pouco antes de apertar o play novamente.


Dirigido pelo cultuado David Cronenberg, o longa é uma mostra de como a relação entre Carl Jung (Michael Fassbender) e Sigmund Freud (Viggo Mortensen) faz nascer a psicanálise. Aborda a intensa e polêmica relação da dupla com a paciente Sabina Spielrein (Keira Knightley). O filme foi exibido em primeira mão no Festival de Veneza de 2011 e conquistou uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante para Mortensen.

Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembranças

quarta-feira, 20 de março de 2013

Projeto Alta Sensibilidade Emocional

terça-feira, 12 de março de 2013


Texto escrito por Aline Fernandez do "Projeto Alta Sensibilidade Emocional"
http://altasensibilidade.wix.com/alta-sensibilidade

Transtorno de personalidade borderline, será que realmente precisamos ser assim? Será que realmente vamos morrer assim? Alguns dados encontrados que podem ser revertidos facilmente em borderlines que estão em tratamento:

"Imaturidade Histérica: onde a principal queixa existente é a falta de afeto. Uma das características destes sujeitos é o elevado grau de ansiedade, que é proveniente dos ataques feitos pelo superego ao ego, já que o superego é muito primitivo e por consequência sádico. O ego normalmente é imaturo, não sendo capaz de fazer uma gestão entre as pulsões e as idealizações que forma."



"A imaturidade parece ser um dos traços dominantes desses pacientes. "Eles atuam como eternas crianças birrentas, que esperneiam, não aceitam limites", descreve Oswaldo. "O que se tem constatado é que sua história de vida está sempre marcada por uma rejeição primitiva, geralmente relacionada à gravidez indesejada ou ao abandono mesmo.” 

 “As características estruturais secundárias afetam o prognóstico do distúrbio, mas não estão relacionados”. Elas são manifestações inespecíficas da fraqueza do ego (falta de controle de impulso, falta de tolerância à ansiedade e falta de canais desenvolvidos de sublimação), patologia do superego (sistema de valores imaturos, características antisociais, exigências morais contraditórias) e relações objetais caóticas. 
Conforme Kernberg (apud Gabbard, 1998) os pacientes atravessaram a fase simbiótica (descrita por Margaret Mahler) com sucesso, onde o self e o objeto foram diferenciados, mas se fixaram na fase de separação/individuação. "

*Primeiro passo: Deixar a imaturidade de lado, SIM é POSSÍVEL mas é difícil, mas o que nas nossas vidas não é difícil? O que na vida a gente não precisa lutar para conseguir não é mesmo? Aqui não se trata de seguir o que a sociedade impõe ser normal, mas sim viver de uma forma a se sentir melhor a cada dia.

 “Idealização primitiva: é o exagero de ver objetos externos como bons, excluindo falhas e não tolerando imperfeição. Em contra posição, há a desvalorização dos outros ou a percepção deles como persecutórios e perigosos." 

*Segundo passo: não exija perfeição nem de si mesmo nem dos outros, as nossas relações são tão caóticas por causa desta mania de perfeição, pense antes de exigir das pessoas ao redor perfeição que você está ferindo o direito destas pessoas e até de si mesmo de errar, de aprender com o próprio erro.

 “Identificação projetiva: tendência para continuar a experienciar o impulso e projetar em outra pessoa; medo da outra pessoa (acha que está sob controle daquele impulso projetado); necessidade de controlar aquela pessoa.” 

*Entenda que as pessoas têm o direito de ir e vir e que não temos controle absoluto de ninguém. As pessoas não são propriedade das outras, nesse sentido, você não vai mais se sentir dona(o) do outro e vai respeitar sem impor a vontade do outro, queira mais que qualquer coisa que esta pessoa seja feliz onde for.

"Denegação: tem consciência de que seus pensamentos, sentimentos e percepções são opostos aos expressos, porém isso não consegue influenciar o seu estado mental atual."

*Pense antes de agir, não vai adiantar você tentar negar os seus sentimentos porque isso só vai piorar as coisas, aceite-se, aceite as mudanças positivas propostas pela vida, eu prefiro morrer com 80 anos, deitada na minha cama quentinha e com estado mental pacífico, bem emocionalmente, do que negar a vida toda, morrer cheia de doenças somatizadas cheia de amarguras, temores e dores. Hoje eu não tenho medo de viver a minha essência porque sei que não vou perder nada assumindo meus sentimentos, tenho muito a ganhar.

 “Onipotência e desvalorização: derivadas da clivagem (separação, divisão, diferenciação), são representadas pela alteração de recursos egóicos que refletem um self altamente inflado que se relaciona com representações diferenciadas dos outros (incluindo a projeção de aspectos desvalorizados do self).

*Para de se comparar com as outras pessoas porque você não é melhor nem pior do que ninguém. Que tal termos uma visão analítica do outro a nosso favor? Observamos o outro e só absorvemos tudo de bom que esta pessoa pode nos ensinar, quanto aos defeitos desta pessoa, não significa que você é melhor que ela por não tê-los, ou pior por serem parecidos, cada pessoa tem uma missão a cumprir, cada um deve respeitar o outro, não existe verdade absoluta, cada um faz a sua própria verdade.

“ A capacidade do teste de realidade “de diferenciar entre o self e não self e entre as origens intra psíquicas e externa das percepções e estímulos, e de avaliar o próprio afeto, comportamento e pensamento em termos de normas sociais comuns.” 

* Se você quer testar seus limites, se você quer testar o quanto o outro te ama ou não, tudo bem, mas saiba que haverá consequências, se uma pessoa te abandonar por causa da constante cobrança e insatisfação que você exerce sobre ele, não significa que não te ame, apenas não tem estrutura para aguentar isso a vida inteira visto que quando a mente de um border entra neste estado de alerta leva-se anos para desfocar. As pessoas cansam mesmo amando, ate para amar existe um limite, você não gostaria de uma pessoa que estivesse do seu lado te enchendo o saco o tempo todo, tirando sua privacidade, fazendo escândalos na porta de sua casa, arrebentando suas coisas materiais, te agredindo e agredindo pessoas da sua família e amigos, isso é infantilidade e volta nos primeiros quesitos imaturidade e idealização primitiva, se você quer saber se a pessoa te abandonará, mas não quer que isso aconteça, o melhor é amar esta pessoa com um relacionamento saudável, não um amor doentio cheio de ciúmes e inveja.

Por fim:

Difusão da identidade: é a falta de integração do conceito de self. São as auto percepções contraditórias e comportamentos e percepções empobrecidas e contraditórias dos outros e a incapacidade de mostrar-se, sentimentos de vazio crônico (incapacidade de mostrar-se e comentar ao terapeuta as suas interações significativas com os outros. Gabbard (1998) acrescenta que Kernberg considerava que os pacientes tinham uma 
tendência a “regredir a um pensamento semelhante ao psicótico na ausência de uma estrutura ou sob a pressão de fortes afetos” (p.298). Eles tinham dificuldades em sublimar impulsos e utilizar a consciência. ”... um aspecto do funcionamento do ego é a capacidade de retardar a descarga de impulsos e modular afetos como a ansiedade” (p.298). Nível das operações defensivas: os níveis de organização Borderline manifestam defesas primitivas (essas defesas protegem o ego de conflitos, dissociando as experiências contraditórias do self) especialmente a clivagem. Esta consiste na divisão do self de objetos externos em totalmente bons ou maus.
As características estruturais secundárias afetam o prognóstico do distúrbio, mas não estão relacionados. Elas são manifestações inespecíficas da fraqueza do ego (falta de controle de impulso, falta de tolerância à ansiedade e falta de canais desenvolvidos de sublimação), patologia do superego (sistema de valores imaturos., (características antissociais, exigências morais contraditórias) e relações objetais caóticas. Conforme Kernberg (apud Gabbard, 1998) os pacientes atravessaram a fase simbiótica (descrita por Margaret Mahler) com sucesso, onde o self e o objeto foram diferenciados, mas se fixaram na fase de separação/individuação. Sob esse ponto de vista, o paciente Borderline revive esta crise infantil, através do medo de ser abandonado, não tolerando a solidão (devido a alteração da disponibilidade emocional da mãe, devido a agressão da criança e problemas maternos com a paternidade o que gera a falta de constância objetal no paciente, onde os pacientes não tem imagem interna da mãe).

Conclusão:
Você tem escolha, não tem culpa de sentir o que sente, mas pode escolher o que vai fazer a respeito. Você pode aprender com seus erros porque errar é humano, ou você pode continuar vivendo no passado, culpar os outros porque é mais cômodo e permanecer no erro o que é totalmente negação. Mas saiba que para toda atitude tem uma consequência. Qual é a consequência que você vai escolher para você? Você terá atitude de vencedor, saindo da sua zona de conforto para se ajudar primeiramente e ajudar outros na mesma situação ou você vai se acomodar no seu mundo de dores e desilusão pensar somente em si mesmo e deixar a oportunidade de ser algo bom no mundo por simples capricho e comodismo? A escolha é sua, é você quem escreve a sua história.

Nunca Desista Dos Seus Sonhos

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Vencedores

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Peaceful Warrior - Poder Além Da Vida

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013


Corações Descontrolados

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013



Autora de best-sellers sobre psicopatia, bullying e TOC, a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva se volta para um transtorno ainda pouco conhecido no país: o da personalidade borderline. Em seu novo livro, “Corações descontrolados” (Ed. Fontanar), ela conta como são as pessoas que vivem no limite de suas emoções e também como lidar com elas.
O nome do seu livro é "Corações descontrolados. Ciúmes, raiva, impulsividade, o jeito borderline de ser". Que jeito é esse?


Todos nós apresentamos momentos de explosões de raiva, tristeza, impulsividade, teimosia, instabilidade de humor, ciúmes intensos, apego afetivo, desespero, descontrole emocional, medo de rejeição, insatisfação pessoal. E, quase sempre, isso gera transtornos e prejuízos para nós mesmos e/ou para as pessoas ao nosso redor. Porém, quando esses comportamentos se apresentam de forma frequente, intensa e persistente, eles acabam por produzir um padrão existencial marcado por dificuldades de adaptação do indivíduo ao seu ambiente social. Quando isso ocorre, podemos estar diante do transtorno da personalidade borderline. Os borders apresentam hiperatividade emocional, ou seja, é muito sentimento e muita emoção sempre. E costumam lidar muito mal com qualquer tipo de adversidade, especialmente as que envolvem rejeição, desaprovação e/ou abandono. Quando se deparam com uma situação dessas, desencadeiam uma reação de estresse muito mais intensa e abrangente do que o esperado. E chama-se borderline por isso, porque vivem no limite das emoções.

É o transtorno do amor?
É o transtorno dos afetos. Porque o amor deve ser funcional, positivo. O que o border tem é um afeto disfuncional.
Existe uma personalidade borderline e um transtorno de personalidade borderline? Como é isso? Qual a linha divisória?
A personalidade é o jeitão de cada um. É a parte biológica somada ao que aprendemos, à cultura. A junção dessas duas partes vai gerar uma série de comportamentos recorrentes, que caracterizam a personalidade de cada um. A personalidade borderline é marcada pela dificuldade nas relações interpessoais, pela baixa autoestima, instabilidade reativa do humor e impulsividade. Quando essas características se apresentam de forma muito disfuncional, nós a chamamos de transtorno.
Tipos diferentes de personalidades, mesmo com traços aparentemente negativos, podem ser requisitos para determinadas atividades, não? Quer dizer, não é qualquer tipo de pessoa que pode ser, por exemplo, um médico voluntário, trabalhando em meio à fome na África ou ajudando sobreviventes do terremoto no Haiti.

Só é transtorno quando apresenta problemas sérios para a pessoa, quando é tão disfuncional que a pessoa deixa de ser produtiva. Tirando isso, a personalidade border, ou, como dizemos, o traço border, pode ser muito interessante, se a pessoa não tem ataques de fúria, dependência. Grandes causas sociais, como você mencionou, demandam pessoas com grande capacidade de sentir empatia, com grande sensibilidade e que precisam de um alto grau de aceitação. Uma outra característica comum nessas pessoas é a fluidez na autopercepção. Por isso, pessoas com traço border dão grandes atores. Quando tratamos alguém com o transtorno, temos que ter em mente que, antes de mais nada, essa é uma maneira de ser, uma base estabelecida que não muda. O que buscamos no tratamento é transformar o transtorno em traço: ou seja, a pessoa vai continuar a ser sensível, emotiva, mas ela não vai capotar naquilo, vai canalizar para coisas produtivas.
O quanto do transtorno é biológico e o quanto é fruto do meio? No livro, a maior parte das pessoas com o transtorno teve vidas muito duras, marcadas por abuso sexual, agressão física, abandono. Como se pode dizer que isso é biológico?
Sabemos é que 50% são biológicos e 50% estão relacionados à criação, ao meio, à cultura. Quando a pessoa tem a biologia, mas vive num meio normal, o transtorno vai se apresentar de uma forma muito mais branda ou como traço. A estrutura genética não muda, mas é possível moldar a forma como se apresenta.

Como é a vida de quem tem o transtorno?
A pessoa tem uma dificuldade muito grande nos relacionamentos. Ela tem a autoestima destruída. Se vê muito pior do que é, de maneira depreciativa, e acha que a solução está no outro; é na dependência afetiva do outro que ela busca segurança e legitimidade. E é muito impulsiva. Mas essa impulsividade se manifesta de uma forma muito específica: ela está relacionada a explosões de raiva e ira. O border, como dizemos, é aquela pessoa que, literalmente, fica cega de raiva. Todo mundo que já viveu uma paixão alucinada sabe como é ser border: esse é o jeito border de ser. O estado da paixão, de acordo com a ciência, dura de dois meses a dois anos justamente porque, se durar mais, ninguém aguenta. Mas o border vive assim.
Trata-se de um transtorno que acomete muito mais mulheres do que homens. A neurociência explica por quê?
Sabemos que 75% dos pacientes são mulheres. Não sabemos exatamente por quê, mas não chega a ser uma grande surpresa se pensarmos que o transtorno está relacionado a uma hiperatividade do sistema límbico, que é o nosso verdadeiro coração, a região do cérebro que regula as emoções. 

No border, o sistema funciona demais, no extremo das emoções. Nos momentos de maior impulsividade, é como se houvesse uma pane total no sistema, um curto-circuito. Como a questão das emoções já é naturalmente mais marcada para as mulheres, é de se esperar que elas sejam a maior parte dos pacientes. Por outro lado, os homens, com cérebros mais racionais, são a maioria dos que sofrem de transtorno de psicopatia — em que o sistema límbico não funciona ou funciona muito pouco, o que os torna incapazes de ter empatia, de se sensibilizar com o sofrimento dos outros.
A adolescência é uma época em que as emoções já são muito mais intensas. Como é o transtorno nessa fase da vida?
O transtorno surge pela primeira vez nessa fase que é, em geral, quando ocorre o primeiro rompimento ou afeto não correspondido. Essa rejeição desencadeia o curto-circuito. A adolescência é a época das paixões, da impulsividade, da sexualidade, do comportamento de risco. Tudo isso faz parte, o adolescente tem que arriscar para aprender. É uma erupção emocional. No border, no entanto, é uma hemorragia. A automutilação é um comportamento recorrente. E se você perguntar por que ele fez aquilo, vai dizer que é para aliviar a angústia, o vazio.
E alivia mesmo? Por quê?
Sim. Ele se sente muito melhor porque deixa de sentir angústia. Quando há uma ameaça física ao corpo, o sistema de defesa e estresse é acionado. A substância liberada para tamponar a agressão é a endorfina, que é um anestésico. Por isso, um tratamento ótimo é a atividade física intensa, que libera endorfina.

Existe tratamento?
É possível diminuir a hiperatividade do sistema límbico com medicações específicas em doses específicas — muitas vezes mínimas. Com isso, você reduz muito os ataques de fúria, os atos destrutivos, as agressões; baixa a bola do sistema mesmo. Mas, paralelamente, é preciso terapia, uma terapia muito específica, mais direcionada para o presente do que para o passado, que vai treinar a pessoa a viver com menos intensidade, a sangrar menos. A não morrer de hemorragia.

Referência:http://oglobo.globo.com/saude/borderline-um-transtorno-de-personalidade-no-limite-das-emocoes-6463834