Definição
Personalidade:
Traços emocionais e comportamentais que caracterizam o indivíduo sob condições normais.
Transtornos: variações dos traços, fugindo à normalidade, trazendo comprometimento social e ou sofrimento subjetivo.
Classificação (DSM-IV)
Três grupos pelo DSM-IV:
Grupo A:
Transtornos Paranóides, Esquizóides e Esquizotípicos.
“Indivíduos são esquisitos, excêntricos”.
Grupo B:
Transtornos Anti-Sociais, Borderline, Histríônico (exuberante, dramático, extrovertido, emotivo) e Narcisista.
“Indivíduos dramáticos, emotivos e erráticos”.
Grupo C:
Transtornos de Esquiva, Obsessivos-Compulsivos, Dependentes, Depressivos e Passivo-Agressivo.
“Indivíduos medrosos, ansiosos, temorosos”.
Paranóia
Paranóia (do grego antigo παράνοια, "loucura", composto de παρα-, "desordem" e do tema afim a νοÛς "mente") é uma psicose que se caracteriza pelo desenvolvimento de um delírio crônico (de grandeza, de perseguição, de zelo, etc.), lúcido e sistemático, dotado de uma lógica interna própria, não estando associado a alucinações.
Borderline
DSM.IV: característica essencial do Transtorno da Personalidade Borderline é um padrão comportamental de instabilidade nos relacionamentos interpessoais, na auto-imagem e nos afetos.
Impulsividade a qual começa no início da idade adulta e persiste indefinidamente.
Ataques de fúria inesperada: irmãos, namoradas, pais.
Vivem oscilando entre alegria e tristeza profunda, amor e ódio, temor do abandono.
Transtorno De Esquiva
Padrão de inibição social, sentimentos de inadequação e hipersensibilidade a avaliações negativas.
Permanente expectativa de ser ridicularizada, criticada, ou rejeitada. Tendência a viver sozinhas.
Crises de ansiedade.
Timidez: a pessoa ainda tenta enfrentar as situações que geram medo, mesmo que seja apenas para mostrar aos outros que ela é capaz de conseguir. O anseio de integrar-se é tão intenso que a ansiedade passa para um segundo plano.
Etiologia Dos Transtornos De Personalidade
- Fatores Genéticos.
- Gêmeos monozigóticos criados separadamente são tão semelhantes quanto aqueles criados juntos.
- Familiares: Esquizofrenia associado ao grupo A. Depressão e grupo B.
- Perfil infantil.
- Crianças medrosas podem desenvolver transtorno de esquiva.
- Doenças do SNC – Transtornos Borderline na vida adulta.
- Fator Ambiental - Familiar
Fatores Biológicos
- Hormônios: testosterona (impulsividade/agressividade).
- Endorfina alta = passividade
- Serotonina diminuída = suicidas, impulsivos, agressivos
- Dopamina aumentada = euforia
- EEG: alterado nos borderliners.
Técnicas Psíquicas
- Mecanismos de Defesa:
Processos mentais inconscientes
Instinto (desejo ou necessidade)
Realidade
Consciência
Esquizóides (excêntricos, amedrontados, solitários): fantasias = mecanismo de defesa (criam uma vida imaginária – alienados à vida real)
- Dissociação: substituem afetos desagradáveis por outros prazerosos (eliminam sua ansiedade por atos inconseqüentes, perigosos)
- Isolamento: comportamento social formal, exageradamente controlado, são obstinados.
- Projeção: possuem uma crítica excessiva ao outro.
- Atuação: ataques de raiva, agressões imotivadas, abuso infantil e promiscuidade sem prazer.
- Mudanças = Ansiedade e Depressão!
Transtorno de Personalidade Paranóide
Suspeitas constantes e desconfianças.
Atribuem as responsabilidades aos outros.
Hostis, Irritáveis.
Fanatismo e ciúme patológico.
Raramente buscam tratamento.
Clínica: interpretam as ações alheias como humilhantes ou ameaçadoras.
Questionam a lealdade dos amigos e cônjuges.
Ciumentos.
Podem parecer frios emocionalmente.
Diagnóstico Diferencial:
Esquizofrenia (delírios fixos presentes).
Transtorno Borderline (capacidade de relacionamentos envolventes).
Tratamento:
Psicoterapia (individualizada)
Farmacoterapia
Ansiolíticos: BNZ (Diazepam).
Antipsicótico: Haloperidol.
Transtorno de Personalidade Borderline
Caracterizam-se por afeto, humor, comportamento, relações objetais e auto-imagem instáveis.
Mulheres 3:1 Homem.
Evolução:
Alta incidência de episódios depressivos maiores.
Diagnóstico Diferencial:
Esquizofrenia (surtos prolongados e alteração do pensamento).
Tratamento:
Psicoterapia (mecanismo de clivagem: paciente ama ou detesta o terapeuta).
Farmacoterapia:
Antipsicóticos (controlam a raiva, hostilidade e episódios breves de psicose).
IMAO: modulam o comportamento impulsivo.
BNZ: Alprazolam (ansiolítico e antidepressivo).
Anticonvulsivantes: Carbamazepina (melhora global).
ISRS: Fluoxetina.
Transtorno De Personalidade Esquiva
Extrema sensibilidade à rejeição = vida social retraída.
Exibem grande desejo de companhia.
São tímidos e necessitam de garantias incomumente fortes de aceitação sem críticas.
Complexo de inferioridade.
Diagnóstico:
Ansiedade é notada na entrevista.
Vulneráveis aos comentários do médico.
Quadro Clínico:
Hipersensibilidade à rejeição.
Carência e timidez.
Falta de auto-confiança; são autodepreciativos.
Medo de falar em público.
Assumem empregos secundários.
Relutam em entrar em relacionamentos.
Tratamento:
Psicoterapia:
Solidificar a aliança com o paciente.
Aceitação aos temores do paciente.
Terapia em grupo pode ajudar.
Farmacoterapia:
Relacionada a ansiolíticos e antidepressivos.
Atenolol.
Co-morbidades
Transtorno de Personalidade + Doença Psiquiátrica = Auto-Mutilações + Suicídio.
Até 87,5% dos pacientes psiquiátricos possuem transtornos de personalidade.
50% depressivos;
Distúrbio do Estresse Pós-Traumático;
Síndrome do Pânico;
Pós-TCE;
Transtornos Alimentares;
Transtornos por Uso de Substâncias;
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